sábado, 9 de agosto de 2014

Desempenho de urbanos puxa para baixo indústria de ônibus

Indústria de ônibus amarga queda de produção de 12,8% no acumulado do ano. Baixa foi puxada pelo segmento de veículos urbanos que teve o pior desempenho.
(Fonte da imagem: Adamo Bazani)
ADAMO BAZANI – CBN: A produção de ônibus no Brasil continua amargando perdas neste ano.
Entre janeiro e julho, a queda foi de 12,8% em relação ao mesmo período de 2013. No intervalo anterior, de janeiro a junho, a queda tinha sido de 11,1%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, dia 06 de agosto de 2014, pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Entre janeiro e julho deste ano, a indústria de ônibus produziu, segundo a Anfavea, 22 mil e 65 chassis ou conjuntos inteiros. Nos sete primeiros meses do ano passado, a produção foi de 25 mil 311 unidades.
Em relação aos segmentos, a maior queda ocorre na produção de ônibus urbanos: 13% de retração.
Entre janeiro e julho foram produzidos 18 mil 457 urbanos. Neste período de 2013, a produção de ônibus urbanos alcançou 21 mil 203 unidades.
Já o segmento de ônibus rodoviários teve queda acumulada nos sete meses de 12,2%. Foram no período deste ano produzidos 3 mil 608 ônibus rodoviários e no intervalo de sete meses de 2013, foram feitos 4 mil 108 chassis para esta configuração.
Entre junho e julho deste ano, a produção de ônibus mostra que a indústria vem se recuperando. A alta foi de 12,9%. Em junho, a indústria brasileira fabricou 2 mil 537 e em julho, 2 mil 864 veículos.
A maior alta na comparação entre os meses foi no segmento de rodoviários: 25,7%, com 596 unidades feitas em julho ante 474 em julho. A produção de ônibus urbanos entre junho e julho teve alta de 9,9% com 2 mil 268 veículos ante 2 mil e 63.
Na comparação entre julho deste ano e julho do ano passado, os segmentos se comportam de maneira bem diferente.
A queda de todo o setor de ônibus entre os meses de julho foi de 22,9%.
O segmento de urbanos amargou queda neste comparativo de 29,2%, com 3 mil 203 unidades em julho de 2013 e 2 mil 268 em julho deste ano.
Já a produção de ônibus rodoviários na comparação entre julho ano passado e julho deste ano teve aumento de 16,4%. Em julho de 2013, a indústria produziu 512 rodoviários e em julho de 2014 foram 596 ônibus deste tipo.
Os números gerais da indústria de ônibus estão negativos no acumulado porque o segmento urbano, que registrou queda expressiva, representa a maior parte da produção em unidades.
Essa diferença de desempenho entre urbanos e rodoviários revela que o impacto dos atrasos das obras de mobilidade urbana no país, grande parte dos sistemas prometidos até a Copa do Mundo não foi entregue ainda, e ainda os efeitos dos congelamentos de tarifas tiveram um peso muito maior no setor do que, por exemplo, as incertezas sobre a licitação da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, que readequaria o setor envolvendo quase 2 mil linhas rodoviárias interestaduais e internacionais com extensão superior a 75 quilômetros.
Após uma queda de braço com as empresas desde 2008, o Governo Federal cedeu e desistiu de fazer a licitação que dividiria o sistema de ônibus rodoviários em 16 grupos com 54 lotes.
Agora, as concessões serão por meio de autorizações individuais por linhas, como queriam as empresas.
TODAS AS MONTADORAS DE ÔNIBUS REGISTRAM QUEDA NOS LICENCIAMENTOS:
Em relação aos licenciamentos, de acordo com a Anfavea, o setor de ônibus teve queda de 15,3% no período de janeiro a julho deste ano contra o mesmo intervalo do ano passado. Foram 15 mil 587 ônibus neste ano contra 18 mil 397de 2013.
Segundo a Carta da Anfavea, todas as principais montadoras de ônibus tiveram queda de produção no acumulado.
O ranking em número de licenciamentos o desempenho negativo:
1) MERCEDES-BENZ: 6 mil 714 ônibus – queda de 4,6%
2) VOLKSWAGEN/MAN: 4 mil 162 ônibus – queda de 23,7%
3) AGRALE: 2 mil 822 ônibus – queda de 19,6%
4) VOLVO: 940 ônibus – queda de 13%
5) SCANIA: 539 ônibus – queda de 24,4%
6) IVECO: 385 ônibus – queda de 34,7%
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN especializado em transportes.


Por: Daniel Santana

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