quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quase sem conquistas para os trabalhadores, greve é suspensa em Porto Alegre

Com fim do banco de horas, greve de ônibus é suspensa em Porto Alegre. Sindicato ainda rejeita proposta apresentada em acordo com a Justiça. Possibilidade de uma nova greve a partir do dia 17 não está descartada.
(Fonte da imagem: Pedro Alves Izé)
ADAMO BAZANI – CBN: Depois de 15 dias marcada pelo desrespeito a determinações judiciais, por vandalismo com 47 ônibus depredados e prejudicando diariamente o “ir e vir” de um milhão de passageiros, foi suspensa a greve de motoristas e cobradores de ônibus em Porto Alegre.No entanto, o impasse ainda continua.
O sindicato dos rodoviários de Porto Alegre ainda rejeita o acordo realizado pelas empresas de ônibus no TRT – Tribunal de Justiça do Trabalho, no dia 03 de fevereiro. Na ocasião, as viações propuseram 7,5% de aumento salarial, reajuste de R$ 16 para R$ 19 no valor diário do vale-alimentação e redução de R$ 40 para R$ 10 no valor pago pela categoria pelo plano de saúde.
Apenas o fim do banco de horas a partir de agosto proposto pelas empresas foi aceito pelos motoristas e cobradores em assembleia na noite de ontem no Ginásio Tesourinha.
O chamado “estado de greve”, com possibilidade de nova paralisação, está mantido de acordo com informações do próprio sindicato dos rodoviários.
Como a entidade sindical não aceitou a proposta das empresas, no dia 17 de fevereiro, vai ser a Justiça que vai determinar os índices de reajustes para a categoria, no dissídio coletivo.
No entanto, o desgaste do sindicato tem sido cada vez mais nítido. Há uma divisão interna na entidade que deveria ser de representação e boa parte dos trabalhadores não apoiava mais a greve.
A rejeição à proposta das empresas se deu por margem apertada na noite desta segunda-feira.
A questão do banco de horas também causou descontentamento nos funcionários da Carris, onde o sistema não é aplicado. Para eles, não houve conquista alguma até agora.
O sindicato explicou que mesmo no caso da Carris, o fim do banco de horas vai interferir beneficamente para os trabalhadores, já que haverá alteração de escalas e folgas.
As empresas de ônibus, pela ATP – Associação dos Transportadores de Passageiros, dizem que não há mais possibilidade de aumentar os índices de reajustes.
Nesta terça-feira, dia 11 de fevereiro, todos os ônibus voltaram para as ruas em Porto Alegre. As vans escolares não são mais autorizadas a fazer as linhas e o valor da passagem das lotações que foi para R$ 4 durante a greve, foi retomado para R$4,20.
A EPTC – Empresa Pública de Transportes e Circulação intensificou a fiscalização sobre o transporte clandestino.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.


Por: Igor Dias

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