terça-feira, 23 de julho de 2013

EAOSA acidentado em São Caetano estava sem licenciamento há 3 anos

Empresa apresenta veículos com documentação irregular. O dono da companhia, também proprietário de empresas como Viação Cidade de Mauá e fundador de companhias como Estrela de Mauá e Trans-Mauá, Baltazar José de Sousa, é foragido da Justiça.
(Fonte da Imagem: Adamo Bazani)
ADAMO BAZANI – CBN: Um dos ônibus da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André – que bateu num outro ônibus da mesma companhia na Avenida Goiás, em São Caetano do Sul, perto da GM – General Motors – estava há três anos com o licenciamento vencido.
O acidente aconteceu na manhã desta segunda-feira e deixou 16 pessoas feridas sem gravidade.
De acordo com informações do Primeiro Distrito Policial de São Caetano do Sul, o ônibus que vinha atrás, apesar da baixa velocidade, não conseguiu parar e atingiu o outro EAOSA que estava na frente.
Os policiais também verificam se um possível problema de falta de conservação dos veículos teria provocado o acidente.
De acordo com a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, que gerencia as linhas intermunicipais, a EAOSA é a pior empresa de ônibus do estado de São Paulo, estando na última posição no IQT – Índice de Qualidade de Transporte da gerenciadora.
Para a polícia, é inadmissível que um veículo de transporte urbano regular apresente problemas de documentação, assim como não é aceitável que a gerenciadora de transportes não tenha verificado este problema ou tenha detectado e liberado o ônibus mesmo assim para operar.
“Poxa, são três anos com problema, será que ninguém viu isso” – disse um dos investigadores.
O ônibus foi retido na delegacia.
De acordo funcionários do grupo da EAOSA e da Viação Cidade de Mauá, que por questão de segurança não podem se identificar, é comum que as empresas tenham ônibus com problemas na documentação. Eles também criticaram a falta de manutenção dos veículos das companhias.
EAOSA e Cidade de Mauá pertencem a Baltazar José de Sousa, que é dono de outras empresas como a Viação São Camilo, Viação Ribeirão Pires e Empresa Urbana, além de ser fundador de ouras companhias, como Viação Estrela de Mauá e TransMauá, hoje em nome de outros empresários.
Baltazar está foragido da Justiça desde março, depois de ação do Ministério Público Federal que o classificou como um dos maiores devedores individuais da União, além de estar envolvido em outros crimes econômicos.
Só de impostos federais, Baltazar deve R$ 234 milhões. Há também dívidas com fornecedores, de impostos estaduais e municipais e trabalhistas.
Vários jornalistas conseguiram falar com ele, menos a Polícia Federal e o Ministério Público Federal o encontram,
Por causa destas dívidas trabalhistas,a Justiça de Manaus pode decretar falência de 32 empresas de Baltazar, entre as que estão operando e as inativas, que foram descredenciadas ou fechadas.
A falência, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Amazonas, poderia ser decretada agora em 18 de julho, mas o juiz titular do caso está de férias e só volta em agosto.
Baltazar pertence ao chamado grupo dos empresários mineiros, que ganhou destaque nos anos de 1980, e tem como integrantes Ronan Maria Pinto, Renato Fernandes Soares, Constantino Oliveira, Mário Elísio Jacinto, entre outros.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Por: Daniel Santana

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