terça-feira, 30 de julho de 2013

DISTORÇÃO: Consórcios ruins têm remuneração mais alta que os melhores em São Paulo

Nem sempre bons serviços representam maior remuneração das empresas. Consórcio considerado o mais problemático é o que ganha mais por passageiro transportado e o melhor da cidade, de acordo com a SPTrans, tem uma das menores remunerações.
(Fonte da Imagem: UOL)
ADAMO BAZANI – CBN: Nem sempre boa remuneração é sinal de qualidade no caso dos serviços de ônibus, o que é considerado uma grande distorção em São Paulo, que não tem indicadores de qualidade para o pagamento das empresas, baseado apenas no número de passageiros atendidos.

Dados dos últimos aditamentos de contratos divulgados pela SPTrans, São Paulo Transportes, mostram que consórcios com maus serviços estão entre as melhores remunerações.
É o caso do Consórcio Leste 4, o mais problemático da cidade de acordo com a própria gerenciadora de transportes – SPTrans.
É a maior remuneração do sistema por passageiro transportado segundo os aditamentos de contratos de 2011 divulgados pela Prefeitura, sendo de R$ 2,6790. Parte deste valor se explica pelos investimentos realizados na renovação dos ônibus elétricos por uma das integrantes do Consórcio, a Ambiental Trans.
Mas a remuneração maior beneficia as outras companhias, como a empresa Novo Horizonte, considerada pela SPTrans a pior companhia de São Paulo em diversos aspectos, como operacionais, financeiros e judiciais.
Apesar de não receber pouco, a Novo Horizonte teve prejuízos de quase R$ 10 milhões entre 2011 e 2012 e lidera o ranking de reclamações e multas por maus serviços. De janeiro a metade de julho foram mais de 21 mil autuações que somaram cerca de R$ 10 milhões.
Enquanto o pior Consórcio de São Paulo receber a remuneração mais alta, uma das melhores áreas operacionais, segundo a SPTrans, o Consórcio Sete da Área Sudoeste, possui uma das menores remunerações por passageiros. A área tem condições de via melhores que da zona Leste, de uma maneira geral, mas os veículos são mais qualificados, havendo modelos novos de biarticulados por exemplo.
De acordo com o último aditamento de contrato divulgado pela SPTrans – São Paulo Transportes, a remuneração do Consórcio Sete é de R$ 1,8485 por passageiro transportado, bem menor que os R$ 2,6790 do Consórcio Leste 4.
Para corrigir esta distorção, especialistas apontam que os desempenhos de qualidade devem fazer parte também das contas de remuneração.
COOPERATIVAS QUEREM SE APROXIMAR DAS EMPRESAS:
A remuneração por passageiro transportado, concedida pela Prefeitura às empresas de ônibus e cooperativas de transportes, varia de acordo com os consórcios operacionais. Esta variação leva em conta itens como investimentos dos consórcios, gastos operacionais, tipos de linhas percorridas e extensão dos trajetos.
As cooperativas possuem uma remuneração menor, o que é alvo de queixas por parte dos operadores deste sistema, que cada vez mais transporta um número maior de pessoas.
As empresas têm em geral maior remuneração a cada passageiro atendido. De acordo com a SPTrans, a diferença se justifica pelos fatos de as empresas terem mais encargos tributários, operarem linhas mais extensas e ônibus maiores, que em tese dão mais gastos de manutenção e possuem maior consumo de combustível.
Os cooperados dizem que boa parte dos argumentos da SPTrans precisa ser revista, como a questão tributária. Eles concordam que as linhas das empresas são mais extensas, mas dizem que os veículos das cooperativas fazem mais viagens. A diferença do porte dos ônibus é consenso.
Os cooperados ainda dizem que não é pretensão deles receberem como as empresas, mas que precisam de uma correção nos valores.
EMPRESAS DE ÔNIBUS:
Consórcio Bandeirante de Transporte – Zona Noroeste – Área 1 – Verde Claro: R$ 1,9003 por passageiro transportado
Consórcio Sambaíba Transportes Urbanos- – Zona Norte – Área 2 – Azul Escuro: R$ 2,2368 por passageiro transportado
Consórcio Plus – Zona Nordeste – Área 3 – Amarela: R$ 2,6605 por passageiro transportado
Consórcio Leste 4 – Zona Leste – Área 4 – Vermelha : R$ 2,6790, sendo ampliada depois da colocação de 50 trólebus novos de 15 metros, com baterias para operação autônoma da rede aérea por cerca de sete quilômetros.
Consórcio Via Sul Transportes Urbanos – Zona Sudeste –Área 5 – Verde Escuro : R$ 2,2802 por passageiros transportado
Consórcio Unisul – Zona Sul – Área 6 – Azul Claro: R$ 2, 1071 por passageiro transportado
Consórcio Sete – Zona Sudoeste – Área 7 – Vinho: R$ 1,8485 por passageiro transportado
Consórcio Sudoeste de Transporte – Zona Oeste – Área 8 – Cor Laranja: R$ 1,7851

COOPERATIVAS – SUBSISTEMA LOCAL – PERMISSÃO
Consórcio Transcooper Fênix – Zona Noroeste – Área 1 – Verde Claro: R $ 1,350 por passageiro
Consórcio Transcooper Fênix – Zona Norte – Área 2 – Azul Escuro: R$ 1,3701 por passageiro
Consórcio Cooperativa Nova Aliança/Paulistana –Zona Nordeste – Área 3 – Amarela: R$ 1,4180 por passageiro
Consórcio Cooperativa Transcooper – Zona Leste – Área 4 – Vermelha : R$ 1,481 por passageiro
Consórcio Cooperativa Aliança Cooperpeople – Zona Sudeste –Área 5 – Verde Escuro : R$ 1,35 por passageiro
Consórcio Cooperativa Autho Pam – Zona Sul – Área 6 – Azul Claro: R$ 1,4294 por passageiro
Consórcio Cooperativa Autho Pam – Zona Sudoeste – Área 7 – Vinho: R$ 1,6175 por passageiro
Consórcio Cooperativa Unicoopers – Zona Oeste – Área 8 – Cor Laranja: R$ 1,7599 por passageiro
Adamo Bazani, jornalista da Ràdio CBN, especializado em transportes.

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Por: Daniel Santana

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