(Fonte da Imagem: Adamo Bazani) |
ADAMO BAZANI – CBN: Se o transporte em São Paulo, em relação aos veículos utilizados no sistema tem “uma cara”, certamente é a dos ônibus da Caio – Companhia Americana Industrial de Ônibus.Claro que modelos de outras marcas como Marcopolo, Comil, Neobus, Busscar e Mascarello circulam pelas ruas e avenidas da Capital Paulista.
Mas é natural a presença forte da Caio na cidade.
Desde 2001, a encarroçadora é controlada pelo grupo de José Ruas Vaz, o maior empresário da cidade. Ele mesmo fabrica e ele mesmo opera os ônibus.
As empresas que Ruas possuem controle direto ou é sócio, respondem por 68% do lucro líquido de todas as companhias de ônibus da Capital Paulista.
Não é ilegal e não há nenhum problema de a Caio ser predominante em São Paulo, mas esse fato indica como são concentrados os transportes não só na cidade, mas em todo o País.
O fato de a Caio também representar a grande maioria da frota da cidade por ser de propriedade do Grupo Ruas também não desqualifica seus produtos.
De acordo com vários frotistas, é uma das melhores marcas de ônibus urbanos e está presente em todo o País. Há filas de três a seis meses, dependendo da demanda e do modelo, para um empresário encarroçar um chassi com Caio.
Isso se explica pela tradição e qualidade dos ônibus da Caio e pelo fato de o maior sistema de ônibus da América Latina ser consumidor cativo da encarroçadora.
Mas antes mesmo de a Caio pertencer ao Grupo Ruas, ela já era figura marcante na Capital Paulista e na Grande São Paulo.
Os moradores mais antigos e que possuem algum conhecimento de ônibus logo lembrarão de modelos clássicos como o Caio Jaraguá, Caio Bela Vista, Caio Gabriela, Caio Amélia e Caio Vitória.
A empresa fui fundada em 19 de dezembro 1945 pelo imigrante italiano José Massa, que era colaborador da encarroçadora Grassi, a primeira fabricante profissional de carrocerias do País, com sede em São Paulo. O início das operações foi em 12 de janeiro de 1946. A empresa funcionava na Rua Guaraíuna, no bairro da Penha, na Capital Paulista.
A experiência de José Massa, o apoio inicial do investidor Octacílo Gonçalvez Piedade e o crescimento das cidades que demandavam mais transportes, principalmente a partir dos anos de 1950, foram essenciais para a Caio prosperar.
Umas das curiosidades sobre a Caio é que ela esteve sempre envolvida nas soluções para o atendimento de alta demanda.
Nos anos de 1950, a Caio era uma das empresas que fabricavam o Papa-Fila, uma grande carroceria para passageiros tracionada por um cavalo de caminhão. Era o antecessor do articulado.
E o articulado surgiu no Brasil em 1978. E o primeiro modelo era um Caio Gabriela sobre chassi Scania B 111.
Hoje, para grandes demandas, a Caio oferece o Millennium BRT, que pode vir nas versões articulada, super-articulada (com uma articulação mais dois eixos no segundo carro) e biarticulada, podendo ter 28 metros.
No segmento de rodoviários, a encarroçadora teve alguns modelos como o Caio Gaivota (1966), o Caio Jubileu,em 1971, comemorando os 25 anos da empresa, Caio Corcovado, em 1977, Caio Aritana, em 1982, Caio Squalo, em 1985, e hoje tem a linha Caio Giro.
Se é forte no segmento de urbanos, a Caio no setor de rodoviários tem pouca participação. Apesar de ser de boa qualidade, o modelo Giro é considerado desatualizado. Já o Caio Solar, rodoviário para curtas e médias distâncias e para o segmento de fretamento tem o projeto mais atualizado e vem conquistando mercado.
A demanda de urbanos é alta e não haveria condições de atender a procura por mais rodoviários. Por isso que desde antes da falência da fabricante Busscar, que ocorreu em 2012, a Caio nunca escondeu o interesse pela empresa fundada pela família Nielson, com sede em Joinville, Santa Catarina.
A planta da Caio hoje é em Botucatu, no interior Paulista. A mudança da Penha, na zona Leste da Capital, para a cidade interiorana se deu em 1982, pela necessidade de um parque fabril mais moderno.
Em 1998, a empresa começou a apresentar problemas financeiros. Erros de gestão, os efeitos ainda da época da inflação nos anos de 1980 e a forte concorrência levaram a empresa a ter a falência decretada em 2000.
No ano de 2001, o Grupo Induscar, liderado pela família Ruas, assume a marca e o Parque Fabril da Caio.
No ano de 2009, a Induscar passa a ser definitivamente dona da marca e da fábrica da Caio.
E como fotografar ônibus é registrar parte da história da cidade e da economia, além de refletir o dia a dia das pessoas, voltando do trabalho, na CBN, nesta terça-feira, dia 30 de julho de 2013, entre as Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista, nos deparamos com três gerações da Caio que mostram diversas fases da empresa que é a cara de São Paulo. Lado a lado estavam um Caio Apache Vip I, Caio Apache Vip II e um Caio Apache S 21.
Os modelos marcam a transição da administração da Caio e a consolidação da nova marca Caio Induscar.
O Apache S 21 foi lançado em 1999 e representou o fim do ciclo da família Massa como controladora da empresa e o momento difícil da companhia. O Caio Apache Vip I, lançado em 2001, já denotava o início da nova fase da empresa, com a família Ruas como controladora. O Caio apache Vip II foi lançado em 2008 e foi o modelo que marcou o controle total da Induscar na empresa.
A Caio prevê crescimento para este ano e quer ampliar sua participação no mercado externo. Hoje ela é presente já em diversos países.
Mas é inegável que Caio é São Paulo e um veículo da marca, em qualquer região do País ou do mundo,é um pouquinho do Estado que sempre esteve de braços abertos para todos.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Mas é natural a presença forte da Caio na cidade.
Desde 2001, a encarroçadora é controlada pelo grupo de José Ruas Vaz, o maior empresário da cidade. Ele mesmo fabrica e ele mesmo opera os ônibus.
As empresas que Ruas possuem controle direto ou é sócio, respondem por 68% do lucro líquido de todas as companhias de ônibus da Capital Paulista.
Não é ilegal e não há nenhum problema de a Caio ser predominante em São Paulo, mas esse fato indica como são concentrados os transportes não só na cidade, mas em todo o País.
O fato de a Caio também representar a grande maioria da frota da cidade por ser de propriedade do Grupo Ruas também não desqualifica seus produtos.
De acordo com vários frotistas, é uma das melhores marcas de ônibus urbanos e está presente em todo o País. Há filas de três a seis meses, dependendo da demanda e do modelo, para um empresário encarroçar um chassi com Caio.
Isso se explica pela tradição e qualidade dos ônibus da Caio e pelo fato de o maior sistema de ônibus da América Latina ser consumidor cativo da encarroçadora.
Mas antes mesmo de a Caio pertencer ao Grupo Ruas, ela já era figura marcante na Capital Paulista e na Grande São Paulo.
Os moradores mais antigos e que possuem algum conhecimento de ônibus logo lembrarão de modelos clássicos como o Caio Jaraguá, Caio Bela Vista, Caio Gabriela, Caio Amélia e Caio Vitória.
A empresa fui fundada em 19 de dezembro 1945 pelo imigrante italiano José Massa, que era colaborador da encarroçadora Grassi, a primeira fabricante profissional de carrocerias do País, com sede em São Paulo. O início das operações foi em 12 de janeiro de 1946. A empresa funcionava na Rua Guaraíuna, no bairro da Penha, na Capital Paulista.
A experiência de José Massa, o apoio inicial do investidor Octacílo Gonçalvez Piedade e o crescimento das cidades que demandavam mais transportes, principalmente a partir dos anos de 1950, foram essenciais para a Caio prosperar.
Umas das curiosidades sobre a Caio é que ela esteve sempre envolvida nas soluções para o atendimento de alta demanda.
Nos anos de 1950, a Caio era uma das empresas que fabricavam o Papa-Fila, uma grande carroceria para passageiros tracionada por um cavalo de caminhão. Era o antecessor do articulado.
E o articulado surgiu no Brasil em 1978. E o primeiro modelo era um Caio Gabriela sobre chassi Scania B 111.
Hoje, para grandes demandas, a Caio oferece o Millennium BRT, que pode vir nas versões articulada, super-articulada (com uma articulação mais dois eixos no segundo carro) e biarticulada, podendo ter 28 metros.
No segmento de rodoviários, a encarroçadora teve alguns modelos como o Caio Gaivota (1966), o Caio Jubileu,em 1971, comemorando os 25 anos da empresa, Caio Corcovado, em 1977, Caio Aritana, em 1982, Caio Squalo, em 1985, e hoje tem a linha Caio Giro.
Se é forte no segmento de urbanos, a Caio no setor de rodoviários tem pouca participação. Apesar de ser de boa qualidade, o modelo Giro é considerado desatualizado. Já o Caio Solar, rodoviário para curtas e médias distâncias e para o segmento de fretamento tem o projeto mais atualizado e vem conquistando mercado.
A demanda de urbanos é alta e não haveria condições de atender a procura por mais rodoviários. Por isso que desde antes da falência da fabricante Busscar, que ocorreu em 2012, a Caio nunca escondeu o interesse pela empresa fundada pela família Nielson, com sede em Joinville, Santa Catarina.
A planta da Caio hoje é em Botucatu, no interior Paulista. A mudança da Penha, na zona Leste da Capital, para a cidade interiorana se deu em 1982, pela necessidade de um parque fabril mais moderno.
Em 1998, a empresa começou a apresentar problemas financeiros. Erros de gestão, os efeitos ainda da época da inflação nos anos de 1980 e a forte concorrência levaram a empresa a ter a falência decretada em 2000.
No ano de 2001, o Grupo Induscar, liderado pela família Ruas, assume a marca e o Parque Fabril da Caio.
No ano de 2009, a Induscar passa a ser definitivamente dona da marca e da fábrica da Caio.
E como fotografar ônibus é registrar parte da história da cidade e da economia, além de refletir o dia a dia das pessoas, voltando do trabalho, na CBN, nesta terça-feira, dia 30 de julho de 2013, entre as Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista, nos deparamos com três gerações da Caio que mostram diversas fases da empresa que é a cara de São Paulo. Lado a lado estavam um Caio Apache Vip I, Caio Apache Vip II e um Caio Apache S 21.
Os modelos marcam a transição da administração da Caio e a consolidação da nova marca Caio Induscar.
O Apache S 21 foi lançado em 1999 e representou o fim do ciclo da família Massa como controladora da empresa e o momento difícil da companhia. O Caio Apache Vip I, lançado em 2001, já denotava o início da nova fase da empresa, com a família Ruas como controladora. O Caio apache Vip II foi lançado em 2008 e foi o modelo que marcou o controle total da Induscar na empresa.
A Caio prevê crescimento para este ano e quer ampliar sua participação no mercado externo. Hoje ela é presente já em diversos países.
Mas é inegável que Caio é São Paulo e um veículo da marca, em qualquer região do País ou do mundo,é um pouquinho do Estado que sempre esteve de braços abertos para todos.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
Por: Igor Dias