Integração entre a cidade e a capital Curitiba acaba nesta quinta-feira e deslocamentos passam de R$ 3,30 para R$ 5,80 por sentido.
(Fonte da imagem: Jonas de Almeida Cabral) |
Os técnicos e administradores da gestora analisam como devem fazer para escapar de uma multa diária de R$ 1 milhão estipulada na sexta-feira pela desembargadora Ana Carolina Zaina do TRT – Tribunal Regional do Trabalho.
Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e mais 13 cidades que formaM a região metropolitana anunciaram que podem entrar em greve mais uma vez se as empresas de ônibus não realizarem no dia 20 o pagamento do “vale”, um adiantamento de 40% no valor dos salários previsto em convenção trabalhista.
Entre os dias 26 e 28 de janeiro a categoria cruzou os braços pelo mesmo motivo.
A decisão da desembargadora foi tomada na audiência de conciliação de sexta-feira passada que não contou com a presença de representantes da Comec.
As empresas de ônibus metropolitanas alegam que não receberam os repasses referentes às integrações com os ônibus municipais e estariam sem dinheiro em caixa.
A RIT – Rede Integrada de Transporte, que é considerada modelo mundial de mobilidade urbana, passa por uma das maiores crises financeiras da história por motivações políticas.
Estudo da Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, encomendado pela Comec com anuência da Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., empresa da prefeitura da capital paranaense, confirmou uma distorção já sabida no setor. Os subsídios para as integrações metropolitanas acabavam bancando o prejuízo das linhas urbanas municipais.
A distorção começou em 2012. Enquanto o prefeito era Luciano Ducci, do PSDB, do mesmo partido do governador Beto Richa, não havia indisposições quanto aos subsídios. Agora que o prefeito é opositor, Gustavo Fruet , do PDT, Richa decidiu colocar ordem na casa.
O tiro saiu pela culatra e acertou todos os envolvidos com o tema: governo do estado do Paraná, prefeitura de Curitiba, empresas de ônibus, trabalhadores dos transportes e passageiros.
INTEGRAÇÕES COMEÇAM A SER ELIMINADAS:
Uma das características mais conhecidas da RIT caminha para o fim: o uso de um só bilhete em todas as 14 cidades. Desde este sábado passou a vigorar um passe de papel para as linhas metropolitanas integradas, em 90 dias deve ser implantada bilhetagem eletrônica. O cartão da Urbs com créditos novos só passou a ser aceito nos ônibus municipais. Depois de atuação do Ministério Público do Estado do Paraná, os créditos do Cartão Urbs adquiridos antes de 06 de fevereiro ainda serão aceitos nos metropolitanos por mais seis meses.
Também ocorrem mudanças operacionais, com a redução dos trajetos das linhas metropolitanas para baixar custo.
A integração tarifária continua na maior parte das linhas, mas alguns passageiros já estão perdendo este direito.
A partir desta quinta-feira, dia 19 de fevereiro, quem mora na cidade de Araucária em vez de pagar R$ 3,30 para ir à Curitiba, vai ter de desembolsar R$ 5,80.
A passagem municipal de Araucária cai de R$ 3,30 para R$ 2,50, mas para embarcar num ônibus metropolitano, o que era de graça, o passageiro vai ter de pagar mais R$ 3,30. Por dia, ida e volta o custo será de R$ 11,60.
A integração Ligeirinho/Capão Raso que substitui a linha Curitiba/Araucária desde o último sábado vai acabar.
Outras três possibilidades de trajeto a partir de Araucária serão criadas: até a Alameda Doutor Muricy, outra até Pinheirinho e a terceira até a Cidade Industrial. Nenhuma delas, porém, terá integração gratuita com os ônibus municipais de Araucária.
O fim de outras integrações é estudado pela Comec.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
Por: Daniel Santana