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(Fonte da imagem: Adamo Bazani) |
Devido às incertezas jurídicas de todo o processo de licitação e histórico de quebras de contratos por parte da prefeitura, a concorrência atraiu poucas empresas: Express Transportes Urbanos (que opera na Zona Leste de São Paulo), Princesa Turismo Eireli (de Mato Grosso), Viação Diadema (de Baltazar José de Sousa) e a Transportadora Turística Suzano – a Suzantur, que já tem conhecimento da cidade e realizava investimentos antes mesmo da licitação como compra de ônibus e reformas da garagem Princesinha, de Baltazar José de Sousa, no Jardim Zaíra 4, onde também funcionou a empresa Viação Estrela de Mauá, de Baltazar e depois comprada por David Barioni Neto, ex executivo de Constantino de Oliveira, fundador da Gol e que foi parceiro de negócios de empresários de ônibus do ABC, como o próprio Baltazar José de Sousa e Ronan Maria Pinto, dono de viações na região e do jornal local Diário do Grande ABC.
Diferentemente do que normalmente ocorre em outras licitações, as inabilitadas não recorreram deixando o caminho aberto para que a Suzantur assuma o monopólio dos transportes na cidade.
A Suzantur é de Claudinei Brogliato. Ele foi sócio na empresa de Ângelo Roque Garcia, irmão de José Garcia Netto, o Netinho, do Banco Caruana, que financiou ônibus para Baltazar e Ronan.
Claudinei disse que desde março de 2011, Ângelo não é mais sócio na Suzantur e que não tem relações com Baltazar, a não ser pelo aluguel da garagem Princesinha.
Ônibus que eram da Estrela de Mauá, que tentou operar no lote 02 junto com a Leblon Transporte, são usados pela Suzantur e financiados pelo Caruana.
A Suzantur vai assumir o monopólio dos transportes de Mauá. Diferentemente do discurso do prefeito Donisete Braga e do ex secretário de mobilidade urbana, Paulo Eugênio Pereira, que hoje se candidata a deputado estadual, a cidade só vai ter um lote para o transporte.
Quando a Estrela operou no lote 02, Donisete disse que Mauá deveria ter 3 ou 4 empresas. Na audiência na Câmara, o secretário hoje candidato, garantiu dois lotes.
A entrada da Leblon Transporte de Passageiros em 2010 quebrou o monopólio que era de Baltazar José de Sousa.
A empresa e a Viação Cidade de Mauá, de Baltazar, foram descredenciadas por supostas consultas não permitidas pela prefeitura de Mauá ao sistema de bilhetagem.
Mas a sindicância que apontou para estes supostos atos não foi consenso nem na prefeitura. Em 27 de junho de 2013, a procuradora do município Thaís de Almeida Miana sugeriu uma nova sindicância mais técnica e menos testemunhal e acatou as argumentações da Leblon de que as consultas foram autorizadas, com treinamento da própria prefeitura.
Donisete Braga e Paulo Eugênio Pereira ignoraram a recomendação.
O descredenciamento das empresas foi apontado como manobra para que o monopólio nos transportes fosse retomado.
A prefeitura negava, mas agora diz que o modelo de um lote só é interessante para economicidade pelo valor da outorga. O paço nega privilégios a empresas.
No dia 22 de julho, terça-feira, será analisada a proposta da Suzantur. Se a outorga for igual ou maior que R$ 5 milhões, como exigido no edital, haverá 5 dias para novas manifestações. Não ocorrendo contestações, o monopólio dos transportes volta oficialmente em Mauá.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
Por: Daniel Santana
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